sexta-feira, 6 de abril de 2012

A TEORIA DO SUBIMPERIALISMO EM RUY MAURO MARINI: contradições do capitalismo dependente e a questão do padrão de reprodução do capital. A história de uma categoria. MATHIAS SEIBEL LUCE

Esta tese pretende discutir a existência dos fundamentos para uma teoria sobre o subimperialismo, na obra de Ruy Mauro Marini. Expoente da Teoria Marxista da Dependência e autor de importantes trabalhos do pensamento crítico latino-americano como Dialética de la Dependencia e Subdesarrollo y Revolución. Marini estabeleceu o conceito de subimperialismo para explicar o fenômeno emergido nos anos 1960-1970, no contexto da nova divisão internacional do trabalho e da emergência de subcentros econômicos e políticos da acumulação mundial como o Brasil. Tais subcentros passavam a ocupar uma posição intermediária entre centro e periferia, apresentando, porém, peculiaridades que os diferiam da categoria da semiperiferia - embora façam parte de seu universo. Apresentando os resultados da pesquisa em que fizemos uma leitura manente dos escritos de Marini, a tese sustenta que o subimperialismo tem sua origem nas leias próprias da economia dependente, cujos fundamentos são a superexploração do trabalho e a transferência de valor; e é um fenômeno que pode ser apreendido através da combinação de quatro variáveis; grau de monopolização e de operação do capital financeiro na economia dependente, a mobilização de um esquema particular de realização do capital (Estado, mercado externo e consumo suntuário), hegemonia e um subsistema regional de poder, lógica da cooperação antagônica com o imperialismo dominante; sobre essa base, se analisa a expansão subimperialista como modo de contra-restar as contradições do capitalismo dependente restaurando a unidade entre produção e realização do valor.

2 comentários:

  1. http://www.fazenda.gov.br/portugues/documentos/2008/maio/a130508.pdf

    O Fundo Soberano do Brasil realizará investimentos no exterior, tendo como objetivo:

    - Apoiar projetos de interesse estratégico do País
    - Ampliar a rentabilidade dos ativos financeiros
    mantidos pelo setor público
    - Formar poupança pública
    - absorver flutuações dos ciclos econômicos e
    - Promover a internacionalização de empresas
    brasileiras.

    destaco esse último objetivo - Promover a internacionalização de empresas brasileiras.

    O que os demais colegas e consultores acham de tal?

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  2. Para mais reflexões, vejamos a entrevista de Samuel Pinheiro Guimarães em

    http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20610&boletim_id=1295&componente_id=21169

    Sobre o "imperialismo" à brasileira:

    Questionado sobre um crescente sentimento contra o Brasil devido à atuação do capital nacional em países vizinhos, levando até mesmo a formação de uma articulação dos Atingidos pelo BNDES, Guimarães ratificou que é este o grande desafio da diplomacia e do governo de um país tão assimétrico como o Brasil é em relação aos seus vizinhos. “O Brasil é mais da metade do PIB da América do Sul, é quatro ou cinco vezes o PIB da Argentina, que é o segundo maior.

    Um PIB muito grande significa empresas muito grandes. Imagina se as empresas estrangeiras aqui fossem brasileiras, o que já teria acontecido?”, indaga para, em seguida, recordar que o problema da desnacionalização também afeta o Brasil, citando como emblemática a recente transferência do controle da maior rede varejista do país, o grupo Pão de Açúcar, ao capital estrangeiro.

    Para o diplomata, o Brasil deveria ter uma política que em hipótese alguma financiasse a aquisição de empreendimentos estrangeiros por brasileiros e que estimulasse a associação dos capitais locais. Porém, ressaltou que há uma diferença entre a atuação independente das empresas e o financiamento do Estado. “O governo não pode impedir que as empresas façam investimento no exterior, a legislação não permite. Mas, a legislação daquele país pode, reservando setores para empresas nacionais”, esclareceu, acrescentando que o Brasil, em geral, financiou empreiteiras para participarem de licitações internacionais de obras de infraestrutura. “E essas empresas não ficam no país”.

    Um caso qualificado por ele como grave está na Argentina, onde empresas brasileiras compraram um grande número de frigoríficos, atividade tradicional e importante daquele país. “Isso ainda não leva a grandes dificuldades, mas levará. As empresas estrangeiras, em geral tendem a recorrer aos seus países para fazer pressão ao governo local, o que cria grandes atritos”, alertou.

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