sexta-feira, 3 de agosto de 2012

PARTICIPAÇÃO DO GETD NA III CEPIAL - CONGRESSO DE CULTURA E EDUCAÇÃO PARA A INTEGRAÇÃO DA AMÉRICA LATINA

No dia 19 de julho de 2012, durante o evento III CEPIAL - CONGRESSO DE CULTURA E EDUCAÇÃO PARA A INTEGRAÇÃO DA AMÉRICA LATINA em Curitiba (http://cepial.org.br/), foi realizada a mesa-redonda “Economia política da integração regional latino-americana”, na qual o acadêmico Alexandre Andreatta, aluno do curso de Relações Internacionais e Integração da UNILA - Universidade da Integração Latino-Americana e participante do Grupo de Estudos da Teoria da Dependência da UNILA, apresentou o trabalho, aceito pela comissão científica do Congresso, MATRIZ TEÓRICO-METODOLÓGICA PARA ESTUDAR A SITUAÇÃO DE DEPENDÊNCIA DA AMÉRICA LATINA. sob orientação de Profª Drª Luisa Maria Nunes de Moura e Silva.

O coordenador da mesa Alexsandro Eugenio Pereiro, da Universidade Federal do Paraná, junto com os participantes Rafael Freire da Central Sindical das Américas (CSA – Brasil); Marcelo de Almeida Medeiros da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE - Brasil); Luiz Daniel Jatobá França da Universidade de Brasília (UNB - Brasil) e Paulo Roberto de Almeida do Ministério das Relações Exteriores do Governo Brasileiro (MRE – Brasil), examinaram os problemas políticos e econômicos dos diferentes processos de integração latino-americana em perspectiva comparada. A mesa refletiu sobre:

I) - a natureza intergovernamental da maioria dos processos de integração regional na América Latina; 
II) - o papel das instituições supranacionais e intergovernamentais nas experiências de integração regional e 
III) - as assimetrias econômicas existentes entre os países latino-americanos e seus reflexos sobre o andamento dos processos e das propostas de integração regional

Em seguida, avaliou os trabalhos inscritos, entre os quais o de Andreatta, A. e Silva, L M N M. Em sua exposição, Andreatta expressou a tendência do Grupo de estudos em Teoria da Dependência - GETD da UNILA a trabalhar com o conceito de Padrão de Reprodução do Capital como conceito básico da Teoria da Dependência, desdobrando-o em 6 categorias de análise:

1. dupla acumulação de capital (inserção internacional da economia);
2. super-exploração da força de trabalho (pagamento da FT abaixo do seu valor;
3. inovação tecnológica localizada (capacidade de inovação limitada);
4. subimperialismo; 
5. Estado dependente e ausência de democracia
6. colonização cultural, científica e de informação 

O trabalho foi elogiado por sua fundamentação teórica e pela iniciativa na criação de um grupo de estudos em teoria da dependência na UNILA com finalidade de analisar a trajetória de desenvolvimento e integração dos países latino-americanos através das teorias da dependência.

O trabalho completo foi publicado no seguinte endereço; http://cepial.org.br/inc/anais/eixo1/352_ALEXANDREANDREATTA.pdf 

O trabalho do GETD vem se diversificando com os esforços para a criação de uma rede de especialistas em teoria da dependência e interessados em avançar na discussão de conceitos e categorias de análise que possam ser utilizados no estudo comparativo das realidades latino-americanas. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

HISTÓRIA DE UM NÃO-DEBATE: A TRAJETÓRIA DA TEORIA MARXISTA DA DEPENDÊNCIA NO BRASIL - Fernando Correa Prado

O debate sobre a dependência na América Latina foi imenso. Nos anos 1960 e 1970, um conjunto de intelectuais e militantes, de variada origem e filiação política, tratou do tema da dependência, geralmente utilizando este conceito como característica central de suas análises sobre as regiões periféricas, em particular a região latino-americana. Se no início da década de 1950 a questão do desenvolvimento foi colocada no centro do debate mundial, com impactos significativos para a esfera política e intelectual da América Latina, a partir de meados de 1960 o mote da dependência já começa a ganhar espaço, tornando--se um conceito em disputa, carregado de diferentes matrizes teóricas e políticas (...) Pois bem, o amplo debate sobre a dependência existiu e foi riquíssimo, repercutiu em diversos intelectuais no mundo todo, gerou uma base teórica e histórica firme para construir uma interpretação crítica do papel da América Latina dentro do sistema mundial capitalista e, claro, contribuiu para pensar caminhos políticos adequados de superação das contradições características da condição periférica e dependente. Isso ocorreu na maioria dos países da América Latina e também em outras partes do mundo, pelo menos até o fim da década de 1970. No Brasil, porém, essa história foi diferente. Aqui, na verdade, houve um não--debate, e em seu lugar existiu uma leitura unilateral em relação às contribuições vinculadas ao marxismo e à luta revolucionária latino-americana. Tais contribuições, além de terem sido alvo da censura e da perseguição política, sofreram um sistemático trabalho de deturpação intelectual, no qual o ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso teve um papel central, contando também com a conivência de diversos intelectuais de peso e com uma tenaz inércia intelectual, que apenas recentemente tem sido rompida. No Brasil, foi se construindo uma espécie de “pensamento único” sobre o tema da dependência centrado em  grande medida na perspectiva defendida por Cardoso, de tal modo que se firmou um relativo desconhecimento – e até mesmo deformação – das contribuições inscritas na tradição marxista, dentro da qual estariam as obras de Andre Gunder Frank, Theotônio dos Santos, Vânia Bambirra e, principalmente, Ruy Mauro Marini. Revelar em linhas gerais como isso foi produzido e reproduzido em diversas e influentes publicações é a principal intenção deste artigo.


Continue lendo através do link: http://www.cebela.org.br/site/baCMS/files/14431ART2%20Fernando%20Correa%20Prado.pdf

Seminário Internacional Margem Esquerda e Boitempo Editorial - Com o Núcleo de História Econômica da Dependência Latino-Americana - UFRGS